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Você sabia que pode estar com problemas financeiros por causa das armadilhas da mente?
É verdade. Ela usa vários truques que levam você a comprar produtos que nem precisa ter.
É capaz de fazer você gastar mais do que o planejado e ainda te convence de que está feliz com o que comprou.
Veja como sua mente age com o objetivo de te levar a tomar decisões de forma inconsciente e, no longo prazo, causar danos financeiros.
A vida financeira está ligada ao controle das emoções
As armadilhas da mente levam muitas pessoas a tomarem decisões de maneira inconsciente. Elas fazem com que o ser humano tenha menos dor ou mais prazer de forma imediata, mas descarta as consequências das decisões.
Márcia estava com muita vontade de ir ao shopping porque fazer compras era uma forma de reduzir o estresse que ela tinha por causa de sua rotina.
O dia a dia era puxado. Deixava os filhos na escola e ia voando para o trabalho, que ficava do outro lado da cidade. Já sabia que na volta seria a mesma correria.
Se o chefe ficava emburrado por causa do atraso, com as professoras não era diferente, pois elas detestavam ficar até mais tarde esperando os pais chegarem.
O clima na empresa já começava a ficar pesado porque as vendas não estavam indo bem como algumas pessoas imaginavam que ocorreria no começo do ano.
Márcia continuou pensando e se lembrou de quando entrou pela última vez numa loja para comprar sapato. Havia poucas notícias sobre a pandemia.
Ela estava não apenas estressada, mas também muito cansada de tudo aquilo. Cuidar da casa, dos filhos e do marido, cada vez mais mal humorado, era osso.
Márcia chegou à conclusão de que merecia um mimo, um presente, algo para ficar mais alegre. Ninguém merece dar tanto duro e ainda passar vontade.
Afinal, que mal faz comprar um calçado ou uma roupa?! Não estou gastando com joias. Respondia ela mesma, pensando só no bem-estar que logo sentiria.
O valor da compra seria dividido num dos cartões. Ela sempre fazia isso. Nem pensava na imensa dor de cabeça que teria ao assumir mais uma dívida.
A frase “eu mereço”, só levava Márcia a se afundar ainda mais. Muitas pessoas caem nessa armadilha porque buscam alívio imediato para suas dores.
As armadilhas da mente oferecem a sensação de prazer
A sensação de prazer gerada pela aquisição de algo novo dura pouco se tal decisão for tomada no intuito de encobrir certos problemas emocionais. Claro que a causa geralmente é inconsciente, inclusive por isso faz tão mal.
Os principais sentimentos que podem despertar o desejo de comprar são os seguintes:
- Vazio
- Solidão
- Angústia
- Ansiedade.
Quanto mais a pessoa liga as compras ao prazer, maior será sua busca pelo que sente nessas ocasiões. O consumismo também desperta a sensação de poder.
O problema se agrava quando alguém começa a repetir esse comportamento de forma incontrolável. Na prática, não volta para casa sem uma sacola.
Márcia já estava endividada, mesmo assim, não conseguia evitar o impulso. Tinha inclusive cartões bloqueados.
Então ela precisava analisar o quanto tais hábitos prejudicavam tanto sua vida, quanto seus relacionamentos.
Vera Rita de Mello Ferreira é psicanalista e se especializou em psicologia econômica. Essa área de estudo diz respeito a como as pessoas se comportam diante dos recursos finitos. Pode ser saúde, tempo ou dinheiro, por exemplo.
Ela é doutora em psicologia social e tem três livros sobre o assunto. Psicologia econômica; Decisões econômicas: Já parou para pensar? A cabeça do investidor: Conheça suas emoções para investir melhor.
Na opinião dela, o primeiro passo com o objetivo de não cair em ciladas é entender como se escolhe o que é finito e definir o que é importante. E a partir daí, decidir melhor.
Outro ponto levantado pela especialista, em relação ao consumo, indica que as pessoas são sugestionáveis e impressionáveis.
O ambiente, portanto, a maneira como a oferta é realizada e até a forma de tratamento são estratégias que têm em vista aguçar os desejos.
Fique alerta.
Pense na forma de agir e evite as armadilhas da mente
Razão e emoção representam dois lados da mesma moeda, ou seja, são inseparáveis. Ambos estão presentes em todas as situações da vida.
Mesmo que você queira, não consegue imaginar nenhuma decisão em que apenas um desses aspectos apareça na escolha.
De acordo com Vera, isso só acontece quando a pessoa tem lesão neurológica na área responsável pelo processamento de decisões.
Sendo assim, o melhor a fazer é desviar das armadilhas existentes no caminho e prestar atenção à forma como está se sentindo.
Uma dica interessante é evitar tomar decisões sob pressão e em situações de certo desconforto. Fome, pressa, cansaço e irritação, por exemplo, atrapalham o julgamento. É bem mais fácil fazer maus negócios nessas circunstâncias.
A mente possui vários gatilhos que são disparados de forma automática com o objetivo de afastar qualquer desconforto.
Um deles é a dissonância cognitiva. Ela ocorre quando alguém está diante de ideias contraditórias e, para fugir do mal-estar, toma a decisão equivocada.
Veja esse exemplo. Determinado fumante, mesmo ciente de que fumar faz mal, mantém o vício porque acha que só terá problemas quando ficar mais velho.
A mente sempre vai optar pelo caminho mais fácil e prazeroso naquele instante.
Outro truque dela está ligado ao comportamento de manada. Acontece quando uma pessoa fica sabendo que todo mundo está comprando, por exemplo, certo smartphone. E aí pensa assim: se tem tanta gente pagando para ter esse celular, ele é ótimo.
Então, sem pesquisar sobre a qualidade do produto, nem refletir se realmente precisa dele, faz a mesma compra para seguir a onda. Tal comportamento ainda é conhecido como “Maria vai com as outras”.
Seguir a moda é uma cilada que causa vários danos financeiros.
Várias situações podem levar ao descontrole financeiro
A mente possui mais artimanhas que levam ao arrependimento. Ela faz de tudo para ter uma vida bem fácil, com o mínimo de esforço.
Outra ação automática pode ser chamada de contabilidade mental. Ela é fácil de entender, pois gera decisões financeiras irracionais, baseadas apenas na necessidade mais urgente.
Mesmo quem acredita que pode escolher certo, simplesmente porque faz cálculos de cabeça, engana-se porque a análise tende a ser bastante superficial.
É curioso notar que o ser humano tem aversão à perda, mas não ao risco. Esse é mais um artifício da mente. Diante disso, ele pode ser convencido a comprar algo porque não quer perder uma ótima oportunidade.
Lembre-se de que a mente leva em consideração apenas aquele instante. Nem pensa que a compra pode significar, no futuro, dinheiro perdido. Essa conclusão vem depois, com o arrependimento por ter feito péssimo negócio. Mas aí já é tarde demais.
E isso vem ao encontro de mais um hábito das pessoas. O de repetir comportamentos.
Fazer compras é não apenas normal, mas também necessário. Não há nada de errado em adquirir algo que lhe dê alegria e prazer.
O problema surge no momento em que tudo isso é feito de forma repetida e descontrolada. Quando as compras se tornam um bote salva-vidas a curto prazo, porém, tudo afunda ao redor, é hora de refletir sobre o padrão de consumo.
Márcia é uma personagem fictícia, mas com problemas reais como qualquer pessoa. Ela está enfrentando uma situação difícil, que não é grave. Entretanto, nada que não possa ser resolvido com orientação.
A sensação de prazer sentida com as compras tende a ser passageira. Já as contas, ficam por muito mais tempo.
Pense nisso e evite as armadilhas da mente.