Síndrome de Asperger é cada vez mais comum hoje em dia

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Asperger é uma doença que deve ser diagnosticada por psicólogos.
A Síndrome de Asperger é diagnosticada a partir do comportamento do paciente e há sinais que são bastante sutis.

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O mito de que a Síndrome de Asperger é facilmente identificada impede que os pais descubram que seus filhos têm esse transtorno.

Ele se caracteriza como um dos níveis do autismo e pode apresentar sintomas leves, que são desprezados por quem desconhece o tema.

Dificuldade de fazer amigos, vontade de ficar isolado e ver o mundo de forma diferente estão entre eles.

Veja de que ser trata o Asperger, seus principais sintomas e como fazer o diagnóstico.

Descobrir o que a criança tem é o passo mais importante

A Síndrome de Asperger está presente em 1 a cada 160 pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a maioria delas nem desconfia que possui tal característica. Ela causa alterações tanto no comportamento, quanto na forma de se comunicar. Trata-se de um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento e os mais conhecidos são o déficit de atenção e a hiperatividade.

Os sinais do Asperger costumam aparecer na infância e ele ficou conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA). A população em geral desconhece o tema e por isso ainda se baseia no estereótipo do autismo em seu grau mais alto, ou seja, aquele que provoca isolamento e dificuldade de comunicação até com a família. Ele tem vários níveis e os mais sutis são difíceis de notar, por isso às vezes o diagnóstico é confirmado só na adolescência ou na fase adulta.

O portador desse transtorno tem as faculdades da fala e da inteligência preservadas. Está aí mais um fato que complica o diagnóstico. Também é normal ver essas pessoas se destacando em seu meio ambiente por causa da elevada capacidade de raciocínio ou habilidade. Quer exemplos? Saiba quem são as personalidades que têm Asperger. Nem por isso elas  ficaram limitadas, ao contrário, romperam diversas barreiras do mundo “normal”.

  • Bill Gates – dono da Microsoft
  • Lionel Messi – jogador de futebol
  • Woody Allen – cineasta
  • Michael Phelps – nadador
  • Steven Spielberg – cineasta
  • Greta Thunberg – ativista ambiental.

Os pesquisadores ainda estão trabalhando para descobrir as causas do autismo. Por enquanto, sabe-se que ele é mais comum nos meninos e uma das origens está na genética. Em 1981, o Asperger recebeu a definição que tem até hoje. Só na década de 1990 surgiram os primeiros critérios padronizados de diagnóstico.

Veja se você conhece alguém que tem os principais sintomas dessa síndrome.

O Asperger pode apresentar características mais leves

Os sinais do Asperger são muito leves e até discretos
Os sinais do Asperger são muito discretos, por isso que é leigo encontra bastante dificuldade para identificá-los sem exame..

Deixe um pouco de lado a ideia do autismo que você viu no personagem de Dustin Hoffman no filme Rain Man. Aquelas características existem, porém, são facilmente identificáveis e surgem quando a pessoa tem por volta de três anos de idade. O desafio aqui é distinguir traços que também podem estar presentes em qualquer indivíduo, entretanto, são mais ressaltados e perceptíveis em comparação a quem não tem a síndrome.

Do ponto de vista da interação social, a criança é bastante sensível, realmente fica magoada com certas brincadeiras ou comentários e gosta de se isolar, principalmente quando se sente sob pressão. Por outro lado, pode agir com frieza ou distanciamento em relação a dor alheia e ser vista como egoísta. Ela tem dificuldade para fazer amizades. É preciso ver como tais comportamentos afetam as relações.

Mais uma característica, é a dificuldade de interpretar tons de voz e expressões faciais com significados ocultos. O portador de espectro autista costuma entender as informações literalmente e por isso não percebe ironias, sarcasmos e malícias. Não vê maldade nos outros (é inocente), tem menor percepção ao risco e assim acaba se colocando em situações perigosas. Ele enxerga e sente o mundo de forma diferente. Isso interfere diretamente na forma de se relacionar em casa, na escola e com os amigos.

É interessante ressaltar que normalmente as crianças com Síndrome de Asperger não são percebidas como incapazes. São vistas como alguém diferente, às vezes esquisita, mas ninguém consegue dizer o que acontece, nem o porquê. Claro que diversidade humana muito é importante e as características pessoais devem ser preservadas, pois ninguém é robô. Mesmo assim, existem comportamentos esperados segundo o funcionamento de um cérebro sem alterações.

Diferenças no cérebro podem oferecer potencial elevado

O cérebro de quem tem Asperger é diferente.
O cérebro de quem tem Síndrome de Asperger tem características diferentes em comparação ao cérebro sem alteração.

O funcionamento diferente do cérebro leva a novas formas de agir e de se relacionar, mas também resulta na capacidade de encontrar soluções nunca imaginadas. Algumas pessoas com Síndrome de Asperger não têm dificuldade de aprendizagem, ao contrário, destacam-se pela inteligência acima da média. Quando leve, essa condição é classificada como autismo de alta performance. Nesse caso, quem tem a síndrome costuma apresentar ideias criativas e até geniais em sua área de atuação.

A natureza especial do cérebro delas, também lhes permite armazenar enorme quantidade de informações. É comum ver pessoas nessa condição ter ótima memória, resolver problemas matemáticos com extrema rapidez ou aprender idiomas com bastante facilidade. Enquanto o cérebro diferente dificulta a vida no âmbito da interação social e da comunicação, abre portas em outros aspectos que leva os profissionais a se destacarem no dia a dia.

É preciso ter cuidado para manter o equilíbrio, porque o excesso de interesse em um tema específico pode resultar na falta de atenção nas demais áreas da vida. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor a pessoa vai lidar com as próprias características. É como ter em mãos um mapa contendo as zonas em que precisa agir com cuidado porque são complexas à própria condição. No autismo leve ou de alto desempenho, é mais fácil minimizar os efeitos dos pontos negativos e ressaltar os positivos.

O primeiro passo consiste em combater o preconceito em torno do tema. Existem várias informações erradas e uma delas afirma que é fácil reconhecer o autismo  pela fisionomia da pessoa. “Está na cara, no jeito”, dizem os leigos. Depois, portanto, é recomendável procurar uma equipe multidisciplinar formada por psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais para fazer o diagnóstico.

Exames genéticos também ajudam detectar o Asperger

A certeza de que a criança tem Síndrome de Asperger é dada a partir da avaliação do comportamento. Além das consultas com o paciente, o psicólogo conversa com os pais e com os professores dela. Todas as formas de interação e também de se comportar são avaliadas para se chegar a um parecer confiável.

Cientistas continuam pesquisando a origem do autismo. O Programa Genoma e Neurodesenvolvimento (Progene), da Universidade de São Paulo (USP), atua no diagnóstico clínico e genético do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e disponibiliza informações sobre o teste genético para detectar o autismo.

Um deles é o array-CGH, usado não só para o autismo, mas também com o objetivo de detectar atrasos no desenvolvimento. É importante informar que o resultado positivo serve como complemento à avaliação clínica. Trata-se da parte mais importante em todo o processo de investigação das condições de saúde.

Veja bem, o CEDLAB oferece o exame array-CGH. De acordo com Alexandra Manfredini, diretora do CEDLAB, ele é usado para investigação de deleções e duplicações em todo o genoma humano, simultaneamente. Tal ferramenta de diagnóstico baseia-se na hibridização comparativa do DNA do paciente em relação ao DNA de uma amostra de referência, possibilitando a detecção de alterações que afetam um único gene.

Sendo assim, todo acompanhamento é necessário após a confirmação do diagnóstico. Ele pode ser feito por meio de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogos, geneticistas e pedagogos, por exemplo. Aliás, a ideia consiste em verificar como cada área aborda essa questão e de que forma elas colaboram no desenvolvimento da criança.