Síndrome de Down é condição genética, não uma doença

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Menina com Síndrome de Down mostrando a palma das mãos, quem estão pintadas com tintas após uma atividade lúdica.
Crianças e adultos com Síndrome de Down precisam de integração na sociedade, não são doentes e têm várias habilidades.

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Diversas pessoas ainda têm dúvidas sobre o que a Síndrome de Down é, mas sentem vergonha de perguntar.

Não há nada de errado em sentir-se assim. O verdadeiro problema está só no preconceito em relação a essa deficiência.

Veja de que se trata tal condição genética, quais são as oportunidades para pessoas com Síndrome de Down e o que você pode fazer para ajudar nesse processo de inclusão.

Esclarecimento é o primeiro passo para o acolhimento

Síndrome de Down é uma condição genética que ocorre logo após a fecundação. A medicina não a classifica como doença. Trata-se de uma condição que determina tanto as características físicas, como o desenvolvimento intelectual da criança. Saiba mais sobre o que é a Síndrome de Down.

De forma simplificada, é possível explicar essa condição da seguinte maneira: as células possuem cromossomos e são eles que determinam as características pessoais. A cor dos olhos, o formato do rosto e a estatura do corpo, por exemplo.

Sendo assim, cada célula tem, normalmente, 46 cromossomos. Eles se formam das células embrionárias dos pais, na fecundação, sendo que 23 vêm dos espermatozoides, e 23 do óvulo. Quando se encontram, formam o conjunto de 46 cromossomos por célula.

Quem nasce com Síndrome de Down possui um cromossomo a mais, ou seja, 47. Ele está na célula dessa pessoa porque o óvulo ou o espermatozoide de seus pais tinha 24 cromossomos. Ainda não dá para saber de onde surgiu esse cromossomo a mais.

Ninguém é responsável pelo filho ter nascido com tal característica. A ciência ainda se dedica para descobrir por que alguém tem um cromossomo extra. Várias pessoas pensam que há diferentes níveis dessa síndrome, como acontece com o espectro autista, mas isso não é verdade.

As diferenças entre as crianças com Síndrome de Down estão relacionadas simplesmente às características delas de ser humano, assim como acontece com qualquer indivíduo. Entretanto, os estímulos que recebem (ou não) ao longo da vida também interferem no desenvolvimento dessas crianças.

É importante sempre ressaltar que a Síndrome de Down não impede que a pessoa se comunique, estude, trabalhe e tenha convívio social. Quanto mais os pais incentivarem a autonomia de seus filhos, melhor será o desenvolvimento deles.

Síndrome de Down não impede o convívio em sociedade

Ainda não há no Brasil uma pesquisa específica sobre a quantidade de pessoas com Síndrome de Down. Mesmo assim, estima-se que 1 a cada 700 crianças nasçam com essa condição genética.

Prova de que essas pessoas podem ter uma vida normal é dada pela Organização Não-Governamental (ONG) Movimento Down. Contudo, essa entidade apoia quem tem a síndrome e toda a sua família.

A ONG encontrou e publicou no próprio site uma lista com mais de 100 atores e atrizes que trabalharam em séries, filmes e novelas. Tal inclusão mostra certamente que há cada vez mais oportunidades de trabalho ao pessoas com essa condição.

Além do segmento artístico, vários outros abrem as portas a essas pessoas. Algumas empresas se dedicam a isso e a Incluo atua tanto no empoderamento, quanto na minimização da invisibilidade social de quem tem Down.

Ela criou inclusive um guia sobre o mercado de trabalho para essas pessoas. Isso significa que com autonomia, independência e reconhecimento dos talentos desses cidadãos, a vida deles pode seguir normalmente.

Vivemos em uma época com elevado reconhecimento e valorização da diversidade. A pessoa com Síndrome de Down é repleta de singularidade e isso precisa ser celebrado porque oferece bastante potencial de desenvolvimento individual e coletivo.

Qualquer sociedade precisa aceitar, respeitar e incluir tais pessoas em todas as suas atividades, tanto profissionais, quanto de lazer. Uma pessoa com Síndrome de Down mostra habilidade nas áreas artística, esportiva, científica ou administrativa. É só detectar a respectiva habilidade.

O mais importante de tudo é reconhecer que eles precisam de oportunidade para mostrar o próprio talento. Isso começa a ser feito na educação infantil, na academia de artes marciais (ou de balé) ou na escolinha de futebol.

Campanhas ajudam a reduzir o preconceito com o Down

Há, ainda, outras entidades que oferecem apoio. O Instituto Serendipidade é mais uma ONG com o compromisso de atuar na inclusão de pessoas com deficiência, principalmente a Síndrome de Down.

O propósito dela consiste em mostrar que a inclusão é solução, e não problema. O Instituto possui iniciação esportiva, programa de envelhecimento e o Projeto Laços, que acolhe pais que receberam a notícia de que o filho tem algum tipo de deficiência.

Em 21 de março será celebrado o Dia Mundial da Síndrome de Down, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Seu o objetivo de discutir os direitos e avanços alcançados em defesa desses portadores.

O lema da campanha no ano passado foi “Conosco, não para a gente”, que reforçou a importância de ter uma abordagem de direitos humanos de pessoas com essa deficiência.

Apesar dos avanços na defesa desses direitos, tais cidadãos ainda são estigmatizados. Então, infelizmente, eles sofrem preconceito e encontram barreiras tanto ao acesso a determinados serviços, como em explorar as oportunidades que surgem no âmbito pessoal e profissional.

Portanto, Dignidade, respeito e igualdade em todos os aspectos da vida são essenciais para o desenvolvimento. A Síndrome de Down é apenas uma condição genética, não é uma doença.

Sendo assim, quanto mais as pessoas se conscientizarem de que será comum encontrar crianças e adultos com Síndrome de Down convivendo em sociedade, melhor será o mundo.